Neospora caninum é um protozoário que causa problemas reprodutivos em bovinos e outras espécies de animais, como abortos, natimortos e fetos mumificados.
Seu ciclo de vida envolve facultativamente dois hospedeiros, sendo um definitivo e outro intermediário. Os principais hospedeiros definitivos são os cães domésticos, que acabam se infectando quando ingerem tecido animal contendo o protozoário, como placenta, fetos abortados ou carne crua. Já os hospedeiros intermediários são os herbívoros, principalmente os bovinos, que se infectam quando ingerem oocistos do Neospora caninum juntamente com água e alimentos.
Há ainda, a transmissão transplacentária que pode ocorrer de duas formas: endógena e exógena. A forma exógena é aquela em que o animal se infecta durante a gestação e acaba transmitindo para o filhote via placenta, podendo ou não ocorrer abortos. Já a forma endógena ocorre quando há a reativação da infecção em fêmeas cronicamente infectadas e consequentemente o protozoário atinge a placenta podendo ou não casar abortos.
Cerca de 95% das vacas positivas irão gerar bezerras positivas ou terão abortos, sendo a forma endógena a principal forma de transmissão e manutenção do protozoário na propriedade.
Na Região Oeste do Paraná, cerca de 23% dos bovinos são positivos para Neospora caninum. Em todo o Brasil, a prevalência varia muito de 10 a 50%.
Infelizmente não há tratamento eficaz que evite a transmissão placentária e/ou abortos. Portanto, medidas preventivas devem ser adotadas visando o controle da doença em propriedades.
– não fornecer carne crua ou vísceras para cães;
– enterrar ou queimar fetos abortados, não deixando os cães terem acesso;
– fornecer alimento e água de qualidade para os animais;
– realizar exames para diagnóstico de neosporose e descartar animais positivos;
– adquirir apenas animais negativos para a propriedade.
O diagnóstico do N. caninum pode ser realizado através de técnicas indiretas como a RIFI, ELISA e DOT-ELISA. Ainda, em fetos abortados/mumificados ou placentas pode-se realizar a pesquisa de DNA do protozoário, através da técnica de PCR.
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Autora: Dra. Alessandra Snak