Hipertireoidismo em animais é uma endocrinopatia resultante da produção e secreção excessiva de tiroxina (T4) e triiodotironina (T3) pela tireoide. Comum em gatos de meia idade a idosos, sem predileção por raça ou sexo. Ocorre devido hiperplasia adenomatosa multinodular ou adenoma na tireoide, o qual sintetizam e secretam T4 e T3 autonomamente, ou seja, sem o estímulo de TSH, resultando no aumento da glândula tireoide em muitos casos.
As alterações clínicas de hipertireoidismo em animais são progressivas, sendo os sinais clínicos mais comuns a poliúria, polidipsia, por aumento da taxa de filtração glomerular; perda de peso, com consequente polifagia; fraqueza e perda de massa muscular pelo catabolismo proteico; hipertermia, desidratação; diarreia, pela hipomotilidade intestinal e má absorção; vômito, devido distensão gástrica aguda por ingestão rápida de alimento; taquicardia; hiperatividade e agressividade; taquipneia; dispneia e espirro, por compressão da traqueia. Outros sinais incluem:
Anormalidade dermatológica: pelo opaco, malcuidado e áreas com alopecia devido hipoproteinemia ou lambedura excessiva; pelagem arrepiada.
Hipertensão arterial sistêmica: ação do óxido nítrico. Alteração do DC, o coração começa a trabalhar muito mais, aí o gato tem junto hipertrofia cardíaca compensatória.
Envelhecimento precoce: muito catabolismo, envelhece rapidamente.
Hipertireoidismo apático: quando há complicações associadas, como doença renal crônica, mascarada pela poliúria e polidipsia; letargia, depressão; anorexia, pela perda de peso; hipertensão e hipertrofia cardíaca compensatória; arritmia e ritmo de galope.
O diagnóstico do Hipertireoidismo em animais deve ser baseado no histórico clínico, sinais clínicos, exclusão de diferenciais, palpação da tireoide, ultrassonografia cervical; dosagem hormonal.
Hemograma: ocorre aumento discreto do volume globular; leucograma de estresse; pode haver macroplaquetas, devido aumento da liberação pela medula óssea;
Bioquímica sérica: glicemia normal a ligeiramente aumentada; frutosamina diminuída, devido ligação da glicose à albumina plasmática; aumento moderado de ALT e FA, em decorrência da má nutrição, insuficiência cardíaca congestiva do efeito tóxico direto dos hormônios no fígado; colesterol diminuído ou no limite inferior da normalidade. Pode ter azotemia e hiperfosfatemia.
Urinálise: diminuição da densidade por poliúria e polidipsia
Ultrassonografia cervical nódulos visíveis uni ou bilateral.
Radiografia: metástases tumorais, cardiomegalia, edema pulmonar e efusão pleural.
Dosagem de TT4: forma mais utilizada para diagnóstico, pois de possuir sensibilidade e especificidade elevada, valores acima de 5microg/dL confirmam diagnóstico, por não ocorrer em gatos eutireoideos.
Dosagem de LT4: possui alta sensibilidade e baixa especificidade. Teste útil para gatos com suspeita de hipertireoidismo e concentração de TT4 dentro dos valores de referência. Deve ser sempre avaliada juntamente com o TT4, para evitar falsos positivos.
Dosagem de cTSH: por não ser sensível para felinos, deve ser avaliado em conjunto com o TT4. É utilizado para diagnóstico de doenças concomitantes, onde ocorre prevalência de falsos positivos pelo LT4.
Conte com o SBS Laboratório para realizar diagnóstico de Hipertireoidismo em animais, conheça nossa tabela de análises em: https://sbslaboratorio.com.br/analises-veterinarias/
Autora: Iolanda Cândido
Fonte:
http://www.eventosufrpe.com.br/jepeX2009/cd/resumos/R0598-1.pdf