Os rins têm grande importância para a manutenção da homeostase, desempenhando funções de excreção, regulação e endócrina. Doenças renais podem levar ao comprometimento multissistêmico, interferindo na função de diversos órgãos.
A ocorrência de doença renal em cães varia de 0,5 a 7%, já em gatos é considerado uma das doenças mais comuns variando de 1,6 a 20%. A avaliação da função renal é extremante importante na rotina clínica, tanto para diagnóstico como para prognóstico e monitoramento de disfunções renais.

Os principais parâmetros avaliados na bioquímica clínica de rotina para verificar a função renal são: ureia, creatinina, SDMA e urinálise. Lembrando que outros parâmetros devem ser avaliados, como potássio, sódio, cálcio, magnésio.

Uréia

A ureia é o principal metabolito nitrogenado derivado da degradação de proteínas, sendo que 90% é excretado pelos rins. Porém, 40-70% da ureia retorna para o plasma após a filtração glomerular, podendo ser subestimada em casos de estase urinária. Há vários fatores que podem levar ao aumento da ureia sem ter relações com a função renal, como: dieta rica em proteína, taxa de produção hepática, insuficiência cardíaca congestiva, desidratação, infecção, trauma, uso de corticosteroides, diuréticos e tetraciclinas. Comparada com a creatinina, a ureia se eleva mais precocemente na disfunção renal.

Creatinina

A creatinina é derivada da creatina e da fosfocreatina que são provenientes do metabolismo muscular e da ingestão de carne. Apenas 1,6 a 1,7% da creatina é convertida em creatinina por dia, sendo rapidamente excretada pelos rins. A quantidade de creatinina esta diretamente relacionada com a massa muscular, que varia com a idade, sexo e raça. Além disso, níveis altos de creatinina podem ser observados em desidratação ou em pacientes que se alimentam de grande quantidade de carne. Quando relacionada a disfunção renal, os níveis de creatinina só aumentam quando há cerca de 75% de perda da função renal.

SDMA

O SDMA (dimetilarginina simétrica) é um aminoácido formado pela metilação da arginina, sendo liberada na corrente sanguínea durante a degradação proteica e excretada pela urina. É um biomarcador renal, sendo as suas concentrações correlacionadas com a taxa de filtração glomerular. Geralmente o aumento da concentração do SDMA se da quando há 40-50% de perda de função renal, essa é sua principal vantagem quando comparado a creatinina, sendo possível o diagnóstico precoce de doença renal. Outra vantagem é que não há interferências nos seus níveis como há na ureia e creatinina, como a massa muscular, dieta, e doenças como hiperadrenocorticismo, doenças hepáticas e cardíacas, isoladamente.

A urinálise é outro método de extrema importância para a detecção de doença renal, onde é possível detectar proteinúria, avaliar a densidade urinária, além da presença de cristais, leucócitos, cilindros e hemácias na urina, ajudando ao clínico a estabelecer prováveis causas de doenças renais.

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Referencias

Vieira, André Nanny Le Sueur; Guimarães-Okamoto; Priscylla Tatiana Chalfun. Concentração sérica de dimetilarginina simétrica (SDMA) em cães com doença renal crônica submetidos a hemodiálise intermitente. Dissertação de mestrado. Medicina Veterinária – FMVZ. 2018.

Dusse, L.M.S.; Rios, D.R.A; Sousa, L.P.N; Moraes, R.M.S.S.; Domingueti, C.P.; Gomes, K.B. Biomarcadores da função renal: do que dispomos atualmente?. RBAC. 2017;49(1):41-51.

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